ESCOLAS CÍVICO MILITARES VÃO EXPULSAR CENTENAS DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO NOTURNO NA REGIÃO DE LONDRINA
Programa prevê fechamento do ensino noturno. Em alguns municípios e regiões do NRE-Londrina, caso comunidades aprovem adesão ao programa, os estudantes trabalhadores(as) ficarão sem opção para estudar. Governo Ratinho Jr. desrespeita critérios aprovados na lei.

Atropelo, autoritarismo e propaganda enganosa marcam o processo de consulta para a possível implantação do programa de escolas cívicos-militares nas escolas do Núcleo Regional de Londrina. Durante o dia de ontem, 26/10, segunda-feira, a direção da APP Sindicato Londrina recebeu diversas denúncias de situações de autoritarismo e desrespeito às comunidades das escolas “indicadas” para participar do projeto “Escola Cívico- Militar”. Na maioria dos casos, as direções foram informadas pela imprensa sobre a “escolha” para participar do programa. Em algumas escolas, à comunidade escolar foi convocada apenas para assinar a lista de adesão ao programa hoje (27/10) e amanhã (28/10). Tais situações confirmam que o processo de consulta é uma farsa e não respeita nem o disposto na lei 20.338/20.
A direção o núcleo sindical de Londrina em vários momentos já demonstrou o caráter ilusório da defesa da militarização como solução para os problemas educacionais. Ontem, 26/10, o governador Ratinho Jr. anunciou o início das atividades do programa. No NRE – Londrina, 14 escolas foram “indicadas para participar do programa: Colégio Estadual Presidente Vargas (Bela Vista do Paraíso); Colégio Estadual 11 de Outubro (Cambé); Colégio Estadual Antônio Raminelli (Cambé); Colégio Estadual Érico Veríssimo (Cambé); Colégio Estadual Ulysses Guimarães (Ibiporã); Colégio Estadual Basílio de Lucca (Ibiporã); Escola Estadual Dr. Fernando de Barros Pinto (Londrina); Colégio Estadual Maria Helena Davatz (Londrina); Colégio Estadual Monsenhor Josemaria Escrivá (Londrina); Colégio Estadual Tsuru Oguido (Londrina); Colégio Estadual Vista Bela (Londrina); Colégio Estadual Presidente Kennedy (Londrina); Colégio Estadual Francisco Villanueva (Rolândia); Escola Estadual Monteiro Lobato (Sertanópolis) e 3 no NRE Cornélio Procópio, Colégio Estadual Adélia Lopes (Jataizinho); Colégio Estadual João XXIII (São Jerônimo da Serra); Colégio Estadual João Turim (São Sebastião da Amoreira)
ESCOLAS CÍVICO MILITARES REFORÇAM EXCLUSÃO E VISÃO PRECONCEITUOSA SOBRE AS PERIFERIAS
Art. 13. Para a seleção das instituições de ensino serão considerados os seguintes critérios: II – as instituições devem apresentar as seguintes características: a) alto índice de vulnerabilidade social;
A APP tem denunciado que a política educacional que valoriza os índices reforça a exclusão dos estudantes trabalhadores(as) da escola. A administração Ratinho Jr e Feder tem caracterizado pelos constantes cortes na educação. Uma das medidas colocadas em prática é o fechamento do Ensino Médio Noturno. Tal perspectiva está presente também na lei 20.338/20, no artigo 13, II, d, que prevê, que um dos requisitos para escola participar do programa é não ofertar o ensino noturno.
Levantamento realizado pelo núcleo sindical de Londrina constatou, que das 17 escolas “indicadas”, 8 ofertam o ensino médio noturno em 2020. Uma futura adesão das escolas ao programa colocará para fora da escola 839 estudantes ano de 2021
Em alguns casos o número de estudantes trabalhadores(as) que terão o direito à educação negado é alarmante. O Colégio Estadual Vista Bela tem 188 estudantes matriculados no período noturno. No município de Rolândia, o Colégio Estadual Villanueva atende 255 jovens à noite. No município de Cambé, as adesões poderão negar o direito à educação à 202 estudantes.
O agir de forma intempestiva do governo para a efetivação das escolas cívico-militares irá promover a exclusão dos estudantes, que por vários motivos, incluindo sociais e econômicos devem ter o direito de estudar na escola próxima a sua residência e no período que atende as suas necessidades.
Está situação revela a demagogia do governo Ratinho Jr/Feder e que o projeto tem caráter meramente propagandístico em período eleitoral. A ação apresentada como solução para os problemas da educação tem como primeira medida a expulsão de centenas de estudantes.
Escola não é lugar de polícia! Não à militarização!

APP Sindicato Londrina.
Gestão Independente, democrática, de base e de Luta.