7 DE SETEMBRO, 200 ANOS
O processo de independência do Brasil foi um processo de separação do Brasil colonial de Portugal. Ocorreram revoltas anteriores na Bahia e em outras regiões. Foi uma independência negociada por elites econômicas e sociais brasileiras contra os interesses das elites políticas de Portugal. Houve influências dos ideais iluministas, da centralidade, da razão e do conhecimento, nos processos de independência em toda América (defendendo a liberdade, a fraternidade e a igualdade entre os povos).
No entanto, no Brasil, houve vários atos para separar os interesses dos ricos nacionais, a oligarquia, como, na data de 02 de setembro de 1822, liderada por Leopoldina, o ato de revolta contra as ordens de Portugal, que queria tornar o Brasil à condição de colônia, deixando de ser reino português. Este momento foi importante na decisão de Dom Pedro I pelo rompimento político do Brasil contra o mando da elite monárquica de Portugal.
Após o 7 de setembro de 1822, o Brasil, libertou- se do governo português e passou a ser governado pelas elites econômicas do Brasil, eram homens ricos, proprietários de terras, que assumiram, mas a nação continuava escravista, latifundiária e agora, imperial. Muito diferente dos demais países na América que, ao se tornarem República, aboliu a escravidão e tornaram-se presidencialistas. Importante frisar que os pobres, indígenas, escravizados e mulheres participaram do processo de independência no Brasil, que se tornou um país com regime regencial e depois imperial (D. Pedro I e D. Pedro II).
A democracia no Brasil, neste 2022, no bicentenário da Independência, ainda carece de muita defesa. Nossos dias de expressão de liberdade ainda precisam reafirmar a abolição da escravatura e a proclamação da República, pois a semente da democracia nos antecede.
A independência é processo inerente à democracia, se consolida com o desejo e o emprenho da maioria. Nos tempos sombrios em que vivemos faz-se necessário levantar a voz para homenagear o regime democrático, reafirmando a sua importância para assegurar a sua permanência.
Precisamos celebrar os 200 anos da liberdade de expressão, da possibilidade de escolher nossos governantes pelo voto direto em eleições livres para cidadãos e cidadãs brasileiras, sendo ricos ou pobres, mulheres, idosos, jovens ou deficientes, da cidade ou do campo. É imprescindível participar da vida do país, poder expressar suas ideias, professar a sua religião, ir e vir no território, poder circular e expressar gostos, amar quem se quer, pensar diferente, ler, escrever, cantar, ser mulher, ser uma cidadã e se expressar como quiser são direitos conquistados.
Havemos de respeitar o próximo. Isso nos faz humanos razoáveis. Viva a democracia. Viva as eleições livres, viva a liberdade, viva o diálogo, o sorriso a paz presente nas conversas humanizadoras que nos tornam fortes, corajosos e autônomos por um mundo melhor. Vamos resistir pois a esperança nos move diariamente.
04 /09/22 – Sueli Ap. Lopes- diretora sindical da App Londrina.