PANDEMIA: Londrina tem recorde de internações e risco de caos
Com o avanço rápido de casos e de óbitos, o risco de colapso no sistema de saúde é uma realidade.

Londrina bateu novo recorde de internações por covid nesta quarta-feira (24). São 134 londrinenses internados, sendo 58 na UTI. O pronto-socorro do Hospital Universitário fechou novamente, desta vez por 24 horas. Os conselhos regionais de medicina e enfermagem (CRM e Coren) divulgaram nota alertando que o Paraná está com seu sistema de saúde operando emcapacidade máxima. E cobraram medidas “enérgicas” das autoridades.
Em live realizada no Facebook pelo Coletivo dos Sindicatos de Londrina, o infectologista e ex-secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, a professora do Departamento de Saúde Coletiva da UEL, Marselle Carvalho, o presidente do Conselho Municipal da Saúde, Lincon Ramos, e a promotora Susana Lacerda, mostraram que Londrina e região estão num estado pré-caos devido à pandemia.
Segundo a promotora, a cidade vive o pior momento da pandemia. E o Ministério Público pleiteia na Justiça novas medidas restritivas na região. “O momento é dramático. O que a gente percebe é que os gestores públicos estão numa postura de inércia, como se a vacinação fosse resolver tudo.”
Ela também disse que Londrina está à beira do colapso e que o novo coronavírus tem matado inclusive pessoas jovens. “São óbitos de pessoas com 26 anos, sem comorbidade. Tiveram de ser intubadas e morreram rapidamente. O vírus está mudando de cara.”
Para agravar a situação, a representante do Ministério Público afirma que as pessoas estão cada vez mais “relaxadas” em relação às medidas de prevenção. “Não andam de máscara, se aglomeram nos bares. Os donos de bares não obedecem às medidas sanitárias. Não sei mais que tipo de conversa temos de ter com as pessoas”, desabafou.
O médico Gilberto Martin chamou atenção para questões ideológicas que levaram o governo federal a uma “análise errada da realidade”. “Quando a gente faz análises com qualquer tipo de viés, obviamente vai tomar decisões equivocadas. E quem paga por isso é a população.”
Martin observou que Londrina já viveu outros momentos graves devido à covid, mas que sempre o sistema de saúde deu conta de absorver as demandas com “relativa tranquilidade”. “Nunca chegamos ao que temos agora, que é o sistema dando sinal de caos.”
Segundo Martin, o País poderia estar com a vacinação bem mais avançada não fosse o negacionismo do governo Bolsonaro. “Perdemos a oportunidade em agosto do ano passado de negociar 100 milhões de doses”, ressaltou ele se referindo à desistência do governo em negociar com a Pfizer.
Já a professora Marselle Carvalho contou que as crianças transmitem o vírus tanto quanto os adultos. “Muitas vão para a escola e voltam para casa levando o vírus para pais e avós.” E disse também que há crianças internadas com covid. “A doença pode agravar com síndrome multissistêmica.”
A boa notícia é que, segundo ela, há 71 vacinas contra covid em desenvolvimento no mundo, sendo que 20 delas estão na fase três, a mais próxima da aprovação.
Com informações : rededejornalistas.com

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