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17 fev

Se vivêssemos sob um “Estado mínimo”, não haveria vacinação universal

A presença do Estado tem sido a diferença entre a vida e a morte de centenas de milhares de brasileiros.

Durante a pandemia de Covid-19, ficou evidente a necessidade de um Estado forte para dar garantias básicas de vida à população.

A presença do Estado tem sido a diferença entre a vida e a morte de centenas de milhares de brasileiros.

Se vivêssemos sob um modelo de “Estado mínimo”, como desejam as elites, estaríamos passando por uma situação muito mais trágica, porque a parcela da população que não pode pagar por um tratamento de saúde estaria completamente abandonada.

Não existiria o tratamento universal garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Não haveria vagas em leitos hospitalares e nem nas UTIs.

E não existiria um sistema eficaz capaz de vacinar com agilidade a maior parte da população.

Brasil é referência mundial em vacinação

Após a criação do SUS, o Brasil foi aprimorando seu sistema de imunização da população.

Com o desenvolvimento de um sistema de vacinação em massa, capaz de abranger (sem custos adicionais) brasileiros de todas as idades, inúmeras doenças, como varíola, poliomielite, sarampo, difteria e rubéola, entre outras, foram erradicadas.

Em uma situação emergencial, como a da pandemia de Covid-19, um sistema eficaz como o brasileiro, capaz de distribuir rapidamente as vacinas a todo o país, é a garantia de salvação para milhares de vidas.

Sem um sistema eficaz assim, construído pelo trabalho diário de uma grande quantidade de servidores públicos altamente capacidades e comprometidos com o bem-estar social, um país como o Brasil (que ainda sofre com uma grande desigualdade social) levaria muito mais tempo para garantir o atendimento à população.

Sem nenhum plano

Com frequência, os Estados Unidos são citados pelos representantes das elites brasileiras como exemplo de “Estado mínimo” que deveria ser seguido. Mas a falta de um sistema de saúde público e integrado (como é o nosso SUS) levou aquele país, que é o mais rico do mundo, a liderar todas as estatísticas da tragédia da pandemia. Até o final de janeiro de 2021, mais de 420 mil norte-americanos haviam morrido por causa da Covid-19, e mais de 25 milhões contaminados.

O governo do novo presidente, Joe Biden (que tomou possem em 20 de janeiro), declarou que a administração anterior (de Donald Trump, negacionista como o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro) não havia construído nenhum plano para a distribuição de vacinas nos Estados Unidos.

Em seus primeiros dias, o novo governo adquiriu rapidamente mais de 40 milhões de doses (enquanto o governo brasileiro, no mesmo período, não havia adquirido praticamente nenhuma vacina e ainda criticava governadores que tentavam contratar diretamente com laboratórios e outros países). E estabeleceu a meta de imunizar 100 milhões de pessoas nos primeiros dias 100 dias de mandato.

Já o governo brasileiro foi derrotado no discurso anti-vacina e teve que começar a tomar atitude (mas a primeira foi confiscar politicamente as vacinas produzidas pelo Instituto Butantã – órgão público de São Paulo – em parceria com a China), mesmo mantendo um discurso contra a importância da vacinação em massa.

O SUS tem condições técnicas e servidores preparados para fazer uma vacinação em massa com muita rapidez, e abrangendo a maior parte da população brasileira. Mas tem um duplo desafio: enfrentar os limites forçados pela pandemia e um Governo Federal que tem atuado, propositadamente, para atrapalhar o controle da doença.

Logística e infraestrutura

Para a distribuição da vacina, em termos logísticos, é necessário considerar a quantidade necessária de aeronaves e veículos, armazéns a serem utilizados, bem como a quantidade de pallets, embalagens especiais, seringas, agulhas, locais de vacinação, entre outros. E ter uma grande equipe preparada e qualificada para realizar a tarefa.

Um “Estado mínimo” jamais daria conta de uma operação desta magnitude. E o início da vacinação teria demorado ainda mais aqui no Brasil.

O país precisa do SUS

O governo recentemente, em meio à pandemia, tentou privatizar o SUS em nome da política do “Estado mínimo”.

Imagine o que isso representaria para a população neste momento de pandemia: vítimas da Covid-19, tendo como única alternativa receber tratamento em hospitais privados. Outras tendo que se desfazer de seu patrimônio (vendendo casa ou automóvel) para pagar o tratamento.

Mas haveria uma quantidade enorme de pessoas que não teriam sequer condições econômicas para escolher alguma dessas opções. E morreriam sem nenhum tipo de atendimento (é que aconteceu nos Estados Unidos, por exemplo).

O Estado mínimo serve apenas para as elites. O povo só tem a perder.

Em um país que sofre historicamente com tantas desigualdades sociais, o Estado assegura acesso a serviços públicos essenciais, como saúde e educação, e a condições básicas de vida.

Com o “estado mínimo”, não teríamos estrutura para que a vacina chegasse a todos os cantos do país.

Fonte: APP Sindicato.

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