APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná

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21 ago

Sandra Rocha, nunca mediu esforços na luta pela valorização das(os)trabalhadoras(es).

Por Sueli Aparecida Lopes Braga.

Um exemplo de luta contra as intempéries que visam desvalorizar a classe trabalhadora.

Sandra Regina da Rocha nasceu em Londrina na região do Limoeiro em 14 de março de 1970, zona rural do município, (neta de João da Banha), razão de orgulho, pois teve sua infância no que ela chama de “a embaixada baiana na região”. Foi criada com a parte da família materna, influenciada pelos costumes nordestinos, principalmente de seus avós, sua avó  escrevia cartas, pois era uma rara mulher letrada(tinha então a quinta série), no seu entorno, e alfabetizou a sua filha em casa(mãe de Sandra), que foi impedida de frequentar escola e tenha chegado aos seis anos aqui no Paraná.

 Sandra, a terceira filha de sete filhos, estudou os primeiros anos em escolas municipais, em turmas multisseriadas, na zona rural. Inicialmente em Londrina, depois em Florestópolis, onde posteriormente realizou o fundamental II (sexto aos nonos anos), no período noturno. O certo é que  a educação sempre teve importância grande, na sua família, pois seu pai foi alfabetizado depois de adulto, mas administrava fazendas, operava inseminação artificial em rebanho bovino e tantos outros serviços complexos, para a sua tão simples formação intelectual, daí a razão pela qual prezava a escolarização de seus filhos, pois para seus pais, dizia sua  mãe:  “… família de negros, precisa ser bem preparado”…   Sandra então concluiu o magistério (equivalente ao ensino médio profissionalizante) em 1987, com dezessete anos, ainda em Florestópolis. Como a mais velha das filhas mulheres e leitora voraz (uma prática muito presente na sua família), passou a estudar, temas como sua condição de mulher, cidadã e negra. Tornou-se trabalhadora logo em seguida, de volta à Londrina, foi aprovada em concurso na rede municipal de ensino, assumiu o ofício de professora do ensino fundamental I, em 01/08/1995 e ingressou na UEL no curso de ciências sociais em 1996.

Sempre inquieta, Sandra iniciou seu ativismo no movimento negro e no movimento de mulheres ainda na década de 1990, em sala de aula, sempre prezou por despertar as mentes, sobretudo por ensinar a reflexão e o direito de oportunizar vez e voz a todas as crianças, em destaque às crianças pobres e negras da cidade de Londrina. Considera sua maior missão, a de despertar o senso crítico das populações muitas vezes invisíveis da sociedade. Como militante sindical tanto da rede municipal quanto na APP, da rede estadual, participou ativamente em atos, assembleias, ministrou palestras, oficinas etc.

Em 2009, assumiu concurso público, na disciplina de sociologia na rede estadual, primeiramente em Apucarana, depois em Cambé, em seguida em Londrina. Em 2012, no processo eleitoral da APP sindicato Londrina, Sandra tornou-se mãe solo de Maria Flora ( nascida em 19/05/2012) e dirigente sindical, com atividades de oito horas diárias e quarenta horas semanais, sem, contudo, deixar seu ativismo sindical e humano.

 Sandra tem certeza que a tarefa de reerguer a sociedade, pós pandemia e crises: social, econômico- política e moral; será das mulheres, e o sindicato terá um papel importante para escutar, mobilizar gente de toda ordem, afim de cuidar melhor do bem-estar da humanidade. Sandra acredita que através da democracia, pois somente ela poderá fornecer meios para os humanos se humanizarem, e através da organização das relações de trabalho, para uma sociedade para todos, sendo as mulheres necessárias nesta construção possível, sabemos que ao pensar na vida, se resgata a economia.

Será graças ao sindicato e aos demais movimentos sociais; que poderemos partilhar as riquezas, espaços e direitos para todos. Para ela, precisamos avançar nosso ideal de democracia plena, para garantir um Brasil para todos, assim superar os flertes e delírios autoritários que alguns governantes ouçam cometer, contra milhões de brasileiros, pobres, desassistidos contrária à cena de privilégios de alguns setores ricos e elitistas. Sandra acredita mesmo que haverá dias melhores, basta lutarmos com coragem para esta cena social mudar, a favor da maioria desfavorecida, pois embora tenham derrubado centenas de árvores, a floresta ainda que menor, sobreviverá, a primavera chegará. Vamos, diz ela, construir um verdadeiro Estado de direitos e de ambiente cada vez mais democrático, onde homens e mulheres, brancos e negros, crianças e idosos; possam usufruir com dignidade, de uma vida saudável, assentada no respeito, na justiça e na solidariedade.

Sueli Aparecida Lopes Braga, é diretora do NS da APP Sindicato de Londrina.

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