APP Sindicato Londrina participa do V Encontro de Mulheres Trabalhadoras da Educação
V ENCONTRO DE MULHERES TRABALHADORAS DA EDUCAÇÃO – REDE – CURITIBA 02 e 03 DEZEMBRO DE 2019.
Aconteceu em Curitiba nos dias 02 e 03 de dezembro de 2019 o V Encontro Regional das Mulheres Trabalhadoras em Educação, promovido pela CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, contando com a presença de profissionais da educação de vários países como Honduras, Colômbia, Chile, Guatemala, Paraguai, Uruguai, Argentina, Costa Rica e de diversos estados brasileiros, como Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Ceará, Bahia, Paraíba, Piauí, Maranhão, Pernambuco, Amazonas, Paraná dentre outros. O Encontro foi marcado pela defesa da participação das mulheres tanto nos espaços políticos como nos sindicais.
As falas versaram sobretudo pela reivindicação da igualdade de gênero nos espaços públicos e privados, sobre o combate de toda forma de violência contra as mulheres, do combate ao feminicídio que tem mostrado números alarmantes em toda a América Latina, mas também realidades parecidas na Ásia, África, Europa e Oceania.
O evento discorreu sobre as estratégias desenvolvidas em vários cantos do mundo, na luta contra a misoginia, contra a necropolítica que tem, sob a herança patriarcal e machista, cometido retrocessos políticos e sociais. A retirada de direitos conquistados em séculos de lutas sociais, tem usurpado direitos humanos e trabalhistas, desencadeando corte de recursos para a educação, privatização de patrimônios nacionais e sobretudo tem comprometido o sistema democrático, numa escalada insana de violência, de ações fascistas, autoritárias que têm exterminados populações negras, indígenas, pobres, mulheres, crianças e jovens pelo mundo afora, mas sobretudo entre nós latinos da América contemporânea.
Este V encontro firmou acordos de trazer para a centralidade a reflexão de elevar as mulheres ao status igual as homens, nos campos sociais, políticos, culturais, no mercado de trabalho, econômico, quer nas esferas domésticas ou públicas. Nesse sentido, não podemos permitir o avanço de discursos de ódio, ainda que muitas vezes sobre o manto de religiões, de práticas legislativas e judiciais, que tem criminalizado atividades de pensamento ou ações culturais, educativas, artísticas, sindicais ou políticas – quando estas, possuem um tom mais popular, mais progressista ou no campo da luta por direitos humanitários.
O Encontro possibilitou que as mulheres reunidas firmassem propósitos, que implicam em firmar compromissos; de nas suas comunidades ou sindicatos continuarem sujeitos de histórias de luta contra qualquer forma de preconceito, racismo, discriminação ou violência. Mulheres vivem em Marielle Franco, assassinada cruelmente por milicianos no Rio de Janeiro, mas mulheres são violentadas todos os dias, por estruturas machistas e racistas, daí levantarmos esta bandeira pela paz entre nós, de exigirmos investigação, julgamento e punição, para este aniquilamento e todos os demais, numa orquestra macabra de morte aos pobres, negros, mulheres, homossexuais.
Este evento se firmou, então, pela esperança e resistência nesta construção de um mundo mais solidário, justo e igualitário, da promoção da vida plena para todos os seres humanos, com acesso à terra, ao trabalho, à educação, à saúde, à cultura, à moradia, a livre manifestação e ao direito de associar-se por melhores condições de vida e lazer. Assim sendo, encerrou-se a atividade marcando para 19 de setembro de 2021 em Recife -Pernambuco, no centenário de nascimento de Paulo Freire, patrono da Educação nacional, o próximo encontro, cientes de que todas nós, mulheres, educadoras, acreditamos que somente a educação pública, laica e gratuita, como instrumento de transformação da humanidade, pode mudar este mundo para melhor, para esta e as futuras gerações de homens e mulheres.
Autora: Sueli Aparecida Lopes Braga, Diretora Executiva da Secretaria da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBT.
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